Uma coisa me impressionou nessa foto que tirei com o poeta Marcelo Ariel para a entrevista que cedi a ele. Os dois relógios da foto estão sincronizados na mesma hora, sendo que o antigo esta parado, e não fomos nós que os sincronizamos. Ainda levando em conta que era meia noite e dez, é de arrepiar. Isso dava um conto do Edgar Allan Poe. Não é a primeira vez que acontece coisa do tipo quando o Ariel está presente.
Felipe Stefani.
2 comentários:
Felipe, grande Felipe!
Sincronicidade, já diria o velho e bom Jung. Ocorrências significativas aparentemente casuais. Ocorre bastante comigo, sobretudo em interpretações de sonhos ( citar frases textuais ou eventos ligados aos pacientes a partir das associações de imagens: até apelidos que eles dão a terceiros!). Certa vez, um paciente de Jung citava um sonho onde surgia um "escaravelho dourado", e um besouro dourado bateu à janeja ( evento bastante atípico em seu consultório em Zurich...). Jung abriu e o pegou com a mão... "Assim era o escaravelho?!" perguntou ele, reforçando o impacto interpretativo...
Comprei um livro "Três Pilares do Zen" para uma antiga namorada, e embrulhei pra presente. Deixei em cima da escrivaninha dela, e ela colocou um broche de borboleta da mãe ( que ela nunca usou!) EXATAMENTE EM CIMA DA BORBOLETA DESENHADA NA CAPA ( QUASE EXATAMENTE DA MESMA COR E TAMANHO, TAMBÉM DOURADA). Tais são os exemplos de sincronicidade, breves, porque aqui não é postagem, mas comentário. Existe um termo cristão para isso: "Kairós", o "tempo certo" ( um termo grego reapropriado para o Cristianismo por Paul Tillich). Eu poderia resumir ( livremente, em meus próprios termos ) assim a tal noção, cristianizada: Kairós é "a sincronia entre o nosso tempo e o Tempo de Deus para Nós". Quando isso fica óbvio, em certas circunstâncias ( tipo: "é pra ser assim..., tem de acontecer..., faz todo o sentido do mundo..., é apropriado..., que assim seja"... etc e tal) temos as tais sincronicidades. Ou a vivência de um tempo significativo, com sentidos ultra-condensados num breve instante de "reconhecimento mútuo dos feixes de sentido para ambos ( ou todos os envolvidos no evento em questão)".
Capicce?!
Abração, e obrigado pela visita!
Marcelo.
Pois eu sou bem c'etico quanto a ordens que podem estar ocultas sob certos acontecimentos coincidentes.
Vejo entropias, o mundo buscando sempre sua forma mais simples. E no meio desta busca onde tudo tende ao po, alguma vez - desprezivel ante as infinitas des-coincidencias - algo nos chama a atencao. Mas vejo como excessoes que confirmam a regra das entropias.
Mas eh curioso e divertido quando damos com elas.
Grande abraco, mano blogueiro.
Walmir
http://walmir.carvalho.zip.net
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