sábado, 20 de dezembro de 2008

A Via Simbólica.


Pietro Perugino. Apollo and Marsyas. Oil on wood. Louvre, Paris, France.


"O poeta, o artista, em poucas palavras, são capazes de transmitir um estado de alma, que um psicólogo, em termos racionais, precisaria páginas e páginas para descrever, sem alcançar certamente o seu objectivo. Em todos os tempos, a linguagem das religiões é uma linguagem poética, por que elas falam à razão, mas sempre através do coração, onde muitas vezes permanecem, sem poderem ir mais adiante.

Esse "irracional", que os símbolos traduzem, possui raízes tão profundas na alma humana, que em todos os momentos da história, naqueles decisivos momentos da história, foi preciso apelar para ele, afim de que os homens seguissem um rumo, ou se obstinassem na defesa de uma posição.

É uma melancólica e bem magra pretensão desejar-se cortar para sempre essa raiz, a fim de que o homem fosse assistido apenas pelos conceitos racionais, meras generalidades. E assim como a flor, arrancada de seu galho, murcha, também o homem não poderia transformar-se numa mera maquina de pensar..."


Mário Ferreira dos Santos em "Tratado de Simbólica"