quarta-feira, 8 de abril de 2009



a noite incendiou-se
nos poros súbitos da epifania

corpo de raízes vermes
caules na água de um itinerário de assombros
corcel cego
o cio derrama-se no âmago sem margem
refletida febre galga
a escultura do delírio

e no semblante da orgia
com destino forasteiro entre
fleches de neon exílio
correntezas
a volúpia da dança
extenuante guarda no estigma das marés
precipício inominado
urdido à finitude da inexistência

enfim
tombando entre raízes de paisagens naufragadas da noite
celebraremos outra vez os meteoros

e findos

nascemos

...

Felipe Stefani, Abril de 2009, depois de uma noitada delirante.

Um comentário:

Priscila Manhães disse...

"precipício inominado
urdido à finitude da inexistência"

Nossa, adorei! Todo o poema.
Um beijo