I
O silêncio invade
as rotas da indagação.
Existo?
E as flautas do mar recobram o olvido.
II
E eu que amava o sonho dos pássaros,
dizia as vozes imprevisíveis
que dormiam no mar:
"Como posso sonhar,
se a exatidão em que navegam as aves
é maior que a própria vida?"
E as sombras do silêncio repetiam:
"É preciso cantar para invadir o segredo".
***
Felipe Stefani, Manly Beach, Austrália 2010.
.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
MANHÃ NA PRAÇA
Vejo as crianças na praça,
invisíveis.
Constroem sem dedos
leves canais de força.
Dentro de Deus as crianças
lavram seus cometas
e correm.
Que som intacto
na bucólica discrepância dos dias?
Que extrema melodia
passa ao largo da vida?
Mulheres sonham o ar
cheio de grutas,
sobem nas crateras da manhã
varadas por espelhos.
Em volta delas
penso uma massa de demência,
hipnotizo a cegueira.
As árvores estáticas
humanizam o tempo,
esquecem de Deus
em seus cometas invisíveis.
Alguns jogam xadrez
nas crateras violentas do silêncio,
contra os espelhos da demência.
Esquecem a vida.
Que som intacto passa ao largo?
Que extrema melodia?
***
Felipe Stefani, Santos 2010.
Vejo as crianças na praça,
invisíveis.
Constroem sem dedos
leves canais de força.
Dentro de Deus as crianças
lavram seus cometas
e correm.
Que som intacto
na bucólica discrepância dos dias?
Que extrema melodia
passa ao largo da vida?
Mulheres sonham o ar
cheio de grutas,
sobem nas crateras da manhã
varadas por espelhos.
Em volta delas
penso uma massa de demência,
hipnotizo a cegueira.
As árvores estáticas
humanizam o tempo,
esquecem de Deus
em seus cometas invisíveis.
Alguns jogam xadrez
nas crateras violentas do silêncio,
contra os espelhos da demência.
Esquecem a vida.
Que som intacto passa ao largo?
Que extrema melodia?
***
Felipe Stefani, Santos 2010.
domingo, 5 de dezembro de 2010
I
Imagino através das cítaras.
Ouço pelo esquecimento.
Levanto.
Respiro.
Sei que o mundo é imenso.
II
Como são abruptos
os sinos mudos do outono.
Violento,
o rasgo anterior
de um grito inaudível.
Tudo é sono.
Pois tudo tende,
de uma forma secreta,
contra as lacunas abismais do esquecimento.
***
Felipe stefani, Santos 2010.
Imagino através das cítaras.
Ouço pelo esquecimento.
Levanto.
Respiro.
Sei que o mundo é imenso.
II
Como são abruptos
os sinos mudos do outono.
Violento,
o rasgo anterior
de um grito inaudível.
Tudo é sono.
Pois tudo tende,
de uma forma secreta,
contra as lacunas abismais do esquecimento.
***
Felipe stefani, Santos 2010.
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